terça-feira, 7 de junho de 2011

One-Shot . Eterna

Era uma noite quente em Porto Alegre,típico para inicio de novembro,um corsa branco quatro portas estacionava em frente a uma igreja,dele desceu uma mulher de uns cinquenta anos,tinha os cabelos castanho escuro cortados na altura do ombro,uma maquiagem bem feita e estava muito bem vestida.

A mulher de nariz empinado pareceu discutir com alguém no carro,e logo depois puxou um braço extremamente branco,a pessoa não parecia querer cooperar,mas acabou que uma jovem de aproximadamente 17 anos desceu do carro.

A jovem não escondia a expressão de poucos amigos,ninguém diria que ela iria a uma igreja pois vestia um jeans preto extremamente justo,uma blusa preta que dizia “I vampires” ,um all star preto estilo bota e a maquiagem era extremamente escura e forte,os cabelos pretos tinham mechas azuis e roxas e ela trazia consigo um celular,um isqueiro e um maço de cigarros.

--me mata de desgosto,-disse a mulher baixinho,fazendo a jovem revirar os enormes olhos castanhos,-porque não pode ser como seu irmão?

--não to vendo o perfeito aqui.-disse a jovem colocando um cigarro entre os lábios,a mulher contorceu os lábios de raiva,odiava quando falavam desse jeito do seu bebe,qual o problema de ele ter quase trinta nos? Tirou com raiva o cigarro da boca da filha jogando-o no chão com força e pisando em cima.

--estamos entrando em uma igreja,pode pelo menos respeitar?

--sabe que não gosto de igrejas,nem ao menos acredito nessas porcarias que eles falam.-disse a jovem com descaso.era fato atestado e comprovado que passava mal dentro de igrejas,já havia desmaiado diversas vezes.

--é a palavra de deus garota,você TEM de acreditar.-disse a mulher com os dentes trincados,como assim sua filha não serviria a deus?oras,que vergonha isso seria para ela,o que as amigas diriam no chá de quarta feira?que sua mais nova era uma perdida?uma qualquer?não,isso ela não permitiria,mas podia muito bem encobrir o assunto falando das conquistas do filho mais velho.

--a culpa não é minha se sou descrente.-disse a garota dando de ombros,e quando a mulher ia retrucar vê a missa já esta começando,ela pega o braço da jovem e a arrasta até dentro da igreja,molhou a ponta dos dedos em água benta e fez o sinal da cruz,olhando para a filha que já estava sentada no ultimo banco com os pés no na frente e fazendo uma bola com o chiclete.

--tire os pés do banco e passe esse chiclete para cá agora.-disse estendendo a mão com um lenço em cima,a garota revirou os olhos e cuspiu o chiclete na mão dela,que fez uma careta de nojo e guardou dentro da bolsa,logo prestando a atenção no padre,que já começava a missa.

Dez minutos depois a garota já estava meio sem ar,com muito calor e dor de cabeça,com as mãos tremendo pegou o celular para achar o numero do namorado,mas logo a mulher havia lhe tomado o celular.bufou e se abanou com uma bíblia que estava a sua frente,mas aquele treco não parecia servir.

--sacagem.-disse baixo,passando a mão pelo rosto e percebendo que o padre se preparava para o pai nosso,rui e recitou junto ;

Edward Cullen que estas em Forks,

Santificado seja o sangue que tomais,

Venha a mim pela minha janela.

Seja feita a sua vontade.

Em um dia de chuva ou em nossa campina,

O sangue que pulsa em minhas veias bebeis hoje,

Perdoais se eu lhe chamo a atenção,

Assim como lhe perdôo a vontade em me morder,

Mas não me deixeis sair com lobisomens,

Mais seja meu eterno vampiro.

A mãe lhe lançou um olhar duro,ela somente sorriu de canto,pegou o celular de cima da bolsa de sua mãe e resolveu sair daquela maluquice.

Assim que saiu da igreja,se encostou na parede e ascendeu um cigarro,procurando novamente o numero do namorado xingando-o mentalmente por ter trocado de chip recentemente.

--oie amor.-respondeu a voz fofa do namorado,ela deu um sorriso de canto,adorava quando ele atendia o celular assim.

--oie,como você ta?-perguntou sorrindo.

--bem,mas achei que estaria com sua mãe hoje,o que aconteceu?-ela lembrava de como ele ficara triste quando contou a ele que iria ficar hoje com a mãe por que o pai havia praticamente a implorado.

--ela me trouxe a uma igreja,sabe como fico.-disse ela,-mas eu queria saber se você podia vir me buscar.-pediu ela,com a voz mais manhosa que pode,dando outra tragada no cigarro,até então esquecido.o garoto riu.

--claro.em que igreja se tá?-perguntou,ela sorriu

--aquela perto da casa do Marc...

--ARG!ta,to indo ai,juro que chego ai em cinco minutos no Maximo.beijo,te amo.

--beijo,também te amo.-disse a garota rindo do ciúme do namorado.

O garoto não estava nada feliz em seu carro indo buscar a namorada perto da casa do ex dela,como se ele já não estivesse nervoso o bastante.

A garota levou o cigarro aos lábios novamente e viu um por um as pessoas saindo da igreja,até que viu sua mãe falando e rindo falsamente com as ‘amigas’ da igreja,e riu ironicamente,de vez em quando se repreendia por se surpreender com a falsidade de sua progenitora, que nesse momento lhe lançava um olhar de ódio.

Ela sorriu e bateu no cigarro fracamente com o dedo,fazendo as cinzas caírem. Entrou no carro do namorado e suspirou,logo lhe beijando os lábios frios e duros.

Encarou os olhos vermelhos do homem ao seu lado,ninguém diria que tinha 300 anos ,não? Ele era,aparentemente,somente mais um garoto que para as mães,levaria as filhas para o mau caminho.

Mas não é como se Thiago estivesse com a garota por causa do sangue doce da mesma,estava somente esperando o momento certo pra dar a ela a imortalidade que tanto almejava,assim como sua companhia eterna.

A garota imaginava o que a mãe diria se soubesse que seu namorado é um vampiro,bem provavelmente internaria a garota em um manicômio... ou pior,em um convento.

Ela sorriu para o vampiro ao seu lado,que retribui carinhosamente,ele amava aquela humana,na sua opinião,por mais que isso soasse Edward Cullen,muito mais do que ela o amava.

--você sequer rezou?-perguntou zombeteiro a garota que riu.

--rezei,você conhece minha prece de todas as noites,a oração a Edward Cullen.-disse ela ironicamente.ele revirou os olhos.

--vampiros que brilham no sol... que engraçado.-resmungou o vampiro,fazendo a garota rir.

Já eram umas 22h quando ela a deixou na frente de casa,dizendo um “se despesa do seu pai,pegue só o essencial.”

Aline estava nervosa,ela ia morar com Thiago,terminar a escola,e então passar o resto da eternidade ao lado do amor de sua vida.... ou existência,o que for.

Seu pai não se opôs a vontade da filha,sabia que ela era madura o suficiente para fazer suas escolhas,e alem disso sabia que a mãe deixava a menina a beira da depressão.

Ela se despediu do pai,tão longamente que ele desconfiou,pegou suas coisas e esperou Thiago.

*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+

A ano havia passado rápido na casa de Thiago,Aline agora estava noiva. Era o dia da formatura,e ela sabia o que isso significava,teria que se despedir de sua família hoje,para sempre.

Quem ela mais relutou em soltar foi sua vó,uma senhora gordinha,de cabelos loiros,risonha e alegre.ela a amava de mais.

Mas teve de fazê-lo,e naquela mesma noite, Thiago a mordeu.

Três dias se passaram,Aline não havia se mexido,nem Thiago ao seu lado,que permaneceu estático pela tensão.

Mas então ela abriu os novos olhos vermelhos.

Ela os abriu para uma nova vida,para uma fase,uma feliz e... eterna.

Deixando o veneno fluir por suas correntes sanguineas,arrumando qualquer imperfeição em seu corpo,e o deixando mais deslumbrante do que já era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário